2 de jun. de 2025
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Promovemos recentemente um treinamento online voltado para os nossos colaboradores, focado em Antifraude, Prevenção à Lavagem de Dinheiro e Financiamento ao Terrorismo (PLD/FT) e Compliance. Conduzido por Júlio César A. Filho, coordenador de PLD/FT da empresa, o treinamento online reuniu a equipe para aprofundar conhecimentos e reforçar as estratégias de proteção.
Táticas dos fraudadores: tipos mais comuns de golpes
Compreender como os fraudadores operam é o primeiro passo para combatê-los eficazmente. O treinamento abordou as modalidades mais comuns de fraudes que prejudicam o mercado brasileiro, alertando os colaboradores para os sinais de alerta. Entre os tipos discutidos, destacaram-se:
Fraudes de identidade e documental: uma das táticas mais básicas, porém ainda muito eficazes, envolve o uso de documentos de identidade falsificados ou roubados. Os golpistas utilizam esses documentos para tentar abrir contas bancárias, solicitar cartões de crédito, contratar empréstimos ou outros produtos financeiros em nome de terceiros. A validação rigorosa da documentação e a checagem de dados em fontes confiáveis são essenciais para barrar esse tipo de golpe.
Golpes online (Phishing e Engenharia Social): o phishing (envio de mensagens falsas que se passam por comunicações legítimas) e outras técnicas de engenharia social visam enganar os usuários para que revelem informações confidenciais, como senhas, dados de cartões ou informações pessoais. O treinamento enfatizou a importância de desconfiar de links e anexos suspeitos, verificar a autenticidade dos remetentes e nunca compartilhar dados sensíveis sem a devida confirmação.
Investimentos fraudulentos: promessas de lucros rápidos e exorbitantes são iscas comuns para atrair vítimas para esquemas fraudulentos, como as famosas pirâmides financeiras. Esses esquemas, que dependem da entrada contínua de novos investidores para pagar os antigos, são insustentáveis e podem levar a grandes perdas financeiras. A conscientização sobre os riscos e a desconfiança de ofertas "boas demais para ser verdade" são fundamentais.
Fraude no Brasil
Para dimensionar a relevância do tema, o treinamento apresentou dados reais sobre o cenário de fraudes no Brasil, com base em informações de 2024:
Prejuízo bilionário: o prejuízo total causado por fraudes atingiu a marca de R$ 10,1 bilhões, representando um aumento significativo de 17% em comparação com o ano anterior. Esse valor evidencia o impacto econômico dessas atividades criminosas.
Prevenção eficaz: apesar das perdas, houve um lado positivo. As tentativas de fraude evitadas representaram um prejuízo potencial de R$ 51,6 bilhões, demonstrando a importância e a eficácia das medidas de prevenção implementadas pelas instituições.
Distribuição geográfica: a concentração das fraudes ainda é maior na região Sudeste (52,2%), seguida pelo Nordeste (17,4%), Sul (15,5%), Centro-Oeste (8,9%) e Norte (6,0%).
Quem são os alvos preferenciais?
Os fraudadores costumam direcionar seus ataques a grupos específicos, considerados mais vulneráveis. O treinamento detalhou o modus operandi e os perfis mais visados:
Foco nas Classes C e D: indivíduos com renda familiar de até R$ 5.000,00 são frequentemente alvos.
Faixa etária: pessoas entre 26 e 45 anos são as mais visadas, com um pico na faixa de 36 a 50 anos (35,9% das tentativas). Pequenos empresários dentro dessa faixa também são alvos comuns, suscetíveis a extorsões e fraudes em cobranças.
Vulnerabilidade por idade: diferentes tipos de fraude afetam faixas etárias distintas. Empréstimos fraudulentos atingem mais adultos (30-49 anos: 51,9%) e idosos (acima de 50 anos: 57,8%), enquanto jovens (18-29 anos: 40,8%) são mais vulneráveis a fraudes online e boletos falsos.
Produtos e Serviços
Alguns produtos e serviços financeiros são inerentemente mais expostos a tentativas de fraude:
Cartões de crédito continuam sendo um alvo clássico para uso fraudulento e solicitação indevida de crédito.
Contas digitais e Fintechs. A agilidade e o alto volume de transações tornam essas plataformas mais atrativas para os golpistas.
Investimentos de alto risco. Produtos como criptoativos e ofertas de investimento que prometem altos retornos podem mascarar esquemas de pirâmide e outras fraudes.
Documentos mais utilizados
Os documentos, sejam eles físicos ou digitais, são ferramentas essenciais para os fraudadores. O treinamento alertou para os tipos mais comuns utilizados em golpes:
Documentos de Pessoa Física (PF): RG, CPF e comprovantes de renda são frequentemente falsificados, roubados ou adulterados para validar cadastros falsos ou justificar rendimentos inexistentes.
Documentos de Pessoa Jurídica (PJ): CNPJs e contratos sociais fraudulentos são criados ou utilizados para aplicar golpes mais complexos e facilitar a lavagem de dinheiro.
Penalidades
O não cumprimento das normas de Prevenção à Lavagem de Dinheiro e Financiamento ao Terrorismo resulta em penalidades rigorosas para as instituições financeiras e seus administradores. O treinamento detalhou as sanções previstas pela legislação:
Multas: os valores podem variar de R$ 250 mil a R$ 6 milhões, dependendo da gravidade da infração. Para as empresas (PJ), a multa pode chegar a 25% do capital social ou patrimônio líquido. Para os administradores (PF), o teto é de R$ 5 milhões.
Outras sanções: Além das multas, as falhas podem levar à inabilitação dos administradores por até 10 anos e, em casos de reincidência grave, à cassação da autorização de funcionamento da instituição.
Estratégias de prevenção da Beeteller
A Beeteller reforça seu compromisso com a segurança por meio de uma abordagem multifacetada de prevenção. O treinamento destacou quatro pilares essenciais:
Tecnologia avançada: investir continuamente em ferramentas e processos tecnológicos de ponta para detectar e prevenir atividades suspeitas em tempo real.
Treinamento contínuo: capacitar constantemente todos os colaboradores, desde a linha de frente até o back-office, para que sejam capazes de identificar sinais de fraude e agir proativamente.
Atualização cadastral: manter os dados dos clientes e usuários sempre completos, precisos e atualizados é fundamental para conhecer o cliente (KYC - Know Your Customer) e identificar inconsistências.
Cooperação estratégica: fomentar a troca de informações internamente entre as equipes e externamente com outras instituições financeiras e autoridades competentes para fortalecer o combate à fraude de forma coletiva.